segunda-feira, 15 de março de 2010

PARA LER...... E REFLETIR!!



"Como Você Pôde?"

Autor: Jim Willis - Tradução: Sílvia Schiros

Quando era um filhote, eu o distraia com minhas travessuras e o fazia rir.
Você me chamava de sua criança e, apesar de um certo número de sapatos mascados e um par de almofadas destruídas, eu me tornei sua melhor amiga.

Sempre que eu fazia algo errado, você chacoalhava seu dedo para mim e dizia:
"Como você pôde?" - mas depois você se arrependia e me rolava no chão para me coçar a barriga. Meu treinamento demorou um pouco mais do que o esperado porque você estava ocupado demais, mas, juntos, nós conseguimos dar um jeito.

Eu me lembro daquelas noites em que me aninhava a você na cama e ouvia suas confidências e sonhos secretos - e acreditava que a vida não poderia ser mais perfeita. A gente fazia longos passeios e corridas no parque, andava de carro e parava para um sorvete (eu ganhava só a casquinha porque "sorvete não faz bem para cães" você dizia) e eu tirava longos cochilos ao sol enquanto aguardava sua volta para casa ao final do dia.

Aos poucos você passou a gastar mais tempo no trabalho e com sua carreira e levava mais tempo procurando por uma companheira humana.
Eu esperei por você pacientemente, confortei-o em suas mágoas e desilusões, nunca o repreendi por suas escolhas ruins, e vibrei de alegria nas suas vindas para casa e quando você se apaixonou... Ela, agora sua esposa, não é uma "apreciadora de cães" - ainda assim eu a recebi em nossa casa, tentei mostrar-lhe afeição, e a obedeci. Sentia-me feliz porque você estava feliz.

Então vieram os bebês humanos e eu reparti com você o entusiasmo.

Eu estava fascinada por seus tons rosados, seu cheiro, e queria muito cuidar deles também. Mas ela e você tinham medo de que eu pudesse machucá-los, e eu passei a maior parte do tempo sendo banida para outra sala ou para a casinha de cachorro.. Oh, como eu queria tê-los amado, mas eu me tornei uma "prisioneira do amor".

À medida que foram crescendo, me tornei amiga deles. Eles se agarravam ao meu pêlo e se levantavam sobre perninhas trôpegas, enfiavam os dedos em meus olhos, examinavam minhas orelhas, e davam beijos em meu nariz.
Eu adorava tudo isso e o toque de suas mãozinhas - porque o seu toque agora era tão raro - e eu os teria defendido com minha própria vida, se fosse preciso.
Eu me esgueirava para suas camas e escutava suas inquietações e sonhos secretos, e juntos esperávamos pelo barulho de seu carro no caminho.

Houve um tempo, quando alguém perguntava se você tinha cachorro, em que você tirava uma foto minha de sua carteira e contava histórias sobre mim. Nos últimos anos você apenas respondia "sim" e mudava de assunto.

Eu passei de "seu cão" para "apenas um cachorro" e você reclamava de cada gasto que tinha comigo. Agora você tem uma nova oportunidade de carreira em outra cidade e vocês irão se mudar para um apartamento onde não permitem animais.
Você tomou a decisão acertada para sua "família", mas houve um tempo em que eu era sua única família.

Fiquei excitada com o passeio de carro até que chegamos ao abrigo de animais. O local tinha cheiro de gatos e cães, de medo, de desesperança.
Você preencheu a papelada e disse: "Sei que vocês encontrarão um bom lar para ela...". Eles deram de ombros e lançaram a você um olhar compadecido.
Eles compreendem a realidade que espera um cão de meia idade, mesmo um com "papéis". Você teve que desgarrar os dedos de seu filho de minha coleira enquanto ele gritava "Não, papai! Por favor, não deixe que levem meu cão!".
E eu me preocupei por ele, e com a lição que você tinha acabado de lhe dar sobre amizade e lealdade, sobre amor e responsabilidade, e sobre respeito por todo tipo de vida. Você deu um afago de adeus em minha cabeça, evitou meu olhar e, polidamente, recusou levar minha coleira e guia com você.

Você tinha um tempo-limite para encarar e agora eu também tenho um.

Depois que você partiu as duas simpáticas senhoras que o atenderam comentaram que você provavelmente soube meses atrás da mudança que ocorreria e não fez nenhuma tentativa de encontrar um novo lar para mim.
Elas sacudirram a cabeça e disseram "Como você pôde?". Elas são tão atenciosas para nós aqui no abrigo quanto seus ocupados horários permitem.

Elas nos alimentam, é claro, mas eu perdi meu apetite dias atrás.
De início, sempre que alguem passava pelo meu alojamento, eu corria para a frente, na esperança de que fosse você - que você tivesse mudado de idéia - que isto fosse tudo um sonho mau... Ou eu esperava que ao menos fosse alguém que se importasse, alguém que pudesse me salvar.

Quando percebi que não poderia competir com os alegres filhotes, inconscientes de seus próprios destinos, nas brincadeiras para chamar atenção, afastei-me para um canto distante e aguardei.

Ouvi seus passos quando ela veio até mim ao final do dia e a segui ao longo do corredor para uma sala separada. Uma sala deliciosamente silenciosa. Ela me colocou sobre a mesa, acariciou minhas orelhas, e disse-me para eu não me preocupar. Meu coração se acelerou na
expectativa do que estava para vir, mas havia também uma sensação de alívio.
A prisioneira do amor havia esgotado seus dias.

Como é de minha natureza, estava mais preocupada com ela. O fardo que ela carrega é demasiado pesado, e eu sei disso, da mesma maneira que conhecia cada um de seus humores. Ela gentilmente colocou um torniquete em volta de minha perna dianteira, enquanto uma lágrima corria por sua face.
Lambi sua mão do mesmo modo como costumava fazer para confortar você há tantos anos atrás. Ela habilmente espetou a agulha hipodérmica em minha veia. Quando senti a picada e o líquido frio se espalhou através de meu corpo, deitei a cabeça sonolenta, olhei dentro de seus olhos gentis e murmurei "Como você pôde?".

Talvez por ter entendido meu linguajar canino, ela disse "Sinto tanto!", abraçou-me e apressadamente explicou que era seu trabalho fazer com que eu fosse para um lugar melhor onde não seria ignorada, ou maltratada ou abandonada, nem ter que me virar para sobreviver - um lugar de amor e luz, tão diferente deste lugar terrestre. E com minha última gota de energia tentei transmitir -lhe com uma sacudidela de minha cauda que meu "Como você pôde?" não era dirigido a ela.
Era em você, Meu Amado Dono, que eu estava pensando. Pensarei em você e esperarei por você eternamente. Possa alguém em sua vida continuar a demonstrar-lhe tanta lealdade... 


Ps:Infelizmente isso acontece sempre!
agora pergunto: "Como você pôde?"
Abandonar, Maltratar ou até mesmo nega ajudar 
a seres tao inocentes e indefesos!
                                        "COMO VOCÊ PÔDE?"                                      

PENSAR antEs dE ADOTAR

Posse Responsável - Considerações para quem quer adotar
Se você pretende ter um bichinho de estimação, precisa pensar em pontos fundamentais.Relacionamos algumas considerações para quem pretende colocar mais um membro na família, lembrando sempre o que diz um dos tópicos da "Declaração Universal dos Direitos dos Animais": "O Animal que o homem escolher como companheiro nunca deverá ser abandonado".
  • Cães e Gatos vivem em média 12 anos. Portanto, se você e sua família costumam viajar para lugares onde não se pode levar animais melhor não adotar, a menos que possam contar com pessoas próximas no convívio para que cuidem do animal na sua ausência. Hoteizinhos devem ser evitados, pois na grande maioria deles, o animal fica preso e sem a presença da família, ele pode entrar em depressão. Em último caso, claro que é melhor o hotel, mas certifique-se de que seu animal não ficará confinado.

  • Cães sentem tristeza assim como os humanos, principalmente quando estão sozinhos. Se você trabalha fora o dia todo e quer um bichinho pra lhe fazer companhia, o gato é o ideal, pois ele é mais auto suficiente, embora também se apegue ao dono. Gatos dormem muitas horas, portanto se adaptam melhor à ausência do dono. Muitas pessoas dizem que o gato gosta da casa mais que do dono. Isso não é verdade. Se o gato for tratado com a mesma afetividade com que tratamos os cães, ele responderá da mesma maneira.

  • O ideal é ter sempre mais de um animal, pois um faz companhia para o outro, brincam e não ficam tão dependentes emocionalmente dos donos como ficariam se estivessem sozinhos. Se você optar mesmo por um cão, adote dois de uma vez. Cães e gatos são animais muito sociáveis e tendo outro da mesma espécie no convívio, eles se sentem mais seguros e menos depressivos. A opção cão e gato também é possível. Cães e gatos, ao contrário do que diz a lenda, podem se tornar grandes companheiros.

  • Se você mora em apartamento não pense que não pode ter um animal de estimação. A Lei garante a todo o cidadão o direito de ter o animal que escolher para ser seu companheiro, desde que o mesmo não cause prejuízo para os vizinhos. Procure adotar um gato ou um cão adulto, que se adaptam mais facilmente. Converse antes com o síndico e faça um acordo amigável com ele.
  • Cuidado com o impulso de comprar animais em feiras de filhotes. Inúmeros cães de raça são comprados para serem dados de presente de Natal e depois abandonados no Carnaval, quando a familia resolve viajar e nao tem com quem deixá-los. Diga NÃO às feiras de filhotes. A realidade do nosso País não comporta a venda indiscriminada de animais. Para cada filhote que se compra, muitos morrem na carrocinha ou abandonados nas ruas. E quando você compra, está incentivando a criação de mais filhotes e mais abandonos. Não pense que cães de raça não são abandonados. Visite o site Carrocinha Nunca Mais e veja as fotos de animais mortos nos Centros de Controlde de Zoonoses. Posse responsável começa na ADOÇÃO, não na compra de animais. Se disseram pra você que só os animais de raça são bons companheiros não acredite. O famoso "vira-lata" ou  SRD (sem raça definida) é o cão mais versátil que há, além do mais saudável também. Os cruzamentos constantes entre animais com parentesco, o que caracteriza as raças em geral, muitas vezes são responsáveis por doenças congênitas.
  • Se o seu filho quer um cão ou um gatinho mas ele ainda é muito pequeno para entender que animais sentem como nós, dê a ele um animal de pelúcia, até que ele esteja maduro para se responsabilizar pelo animal.

  • Se você não tem paciência ou tempo para criar um filhote, adote um animal adulto. Há inúmeras vantagens, principalmente se for um cão ou gato abandonado. Esses animais ficam tão estressados por terem que viver nas ruas, vítimas de toda sorte de crueldades, que quando encontram "um cantinho" e amor tornam-se gratos pelo resto de suas vidas. Animais adotados quando adultos fazem de tudo para agradar, por isso fica mais fácil educá-los a fazer as necessidades no lugar certo. A grande maioria dos animais adultos encontrados, não precisa ser ensinada . Por instinto, por serem adultos e "vividos" eles já sabem que "fora" é o melhor lugar para fazer as necessidades (lavanderia, quintal, ou mesmo na rua, quando levados para passear).

  • Se você teve animais por muitos anos, sente falta de uma companhia mas no momento não pode assumir outro bichinho por estar com projetos pendentes ou por qualquer outra razão, você pode hospedar um animal encontrado pela APASFA, até que se encontre um dono definitivo para ele. Não temos asilo e precisamos muito desse tipo de ajuda voluntáriaClique aqui para mais informações

  • Cuidados veterinários também custam dinheiro e você precisa pensar se vai ter condições de dar assistência ao seu animal quando necessário.Vacinação é  tão imprescindível quanto a necessidade de esterilização do cão ou gato que você pretende adquirir. Algumas associações protetoras de animais oferecem serviços veterinários a preços populares. Consulte também as escolas de Medicina Veterinária na sua cidade.

  • Se você leu tudo o que está escrito nesta página, provavelmente está mesmo pensando em adotar um mascote. Procure uma associação protetora de animais em sua cidade, ou mesmo a carrocinha ou canil municipa. Há milhares de animais precisando de um afago, de um cantinho, comida e do seu amor. Você então terá um amigo de verdade e o privilégio de ser amado incondicionalmente. 
  • http://www.apasfa.org/futuro/posse_resp.shtml